No final do século 19 e início dos anos 1900, a tuberculose matava mais do que qualquer outra doença e não existia política pública para o seu controle. A doença é endêmica, com desenvolvimento lento, e pode levar à morte.
O bacilo de Koch, agente causador da tuberculose, apesar de poder contaminar qualquer pessoa, costuma levar ao óbito aqueles que estão em situação mais vulnerável e com sistema imunológico comprometido.
O imunizante foi fruto de uma longa pesquisa dos franceses Léon Calmette e Alphonse Guérin. Eles atenuaram uma bactéria, batizada de Bacilo de Calmette e Guérin (por isso, a sigla BCG), e anunciaram, naquele 1º de julho de 1921, uma forma de debelar o bacilo de Koch, causador da tuberculose.
“Foi uma grande vitória contra essa doença, que matava tanta gente no mundo inteiro e até hoje tem os mais vulneráveis como suas principais vítimas”, afirma a médica Dilene Nascimento, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e estudiosa da história das doenças no Brasil. Há registro de casos de tuberculose no país desde o período de colônia.
Desenvolvimento da vacina no Brasil
O pesquisador Arlindo de Assis, cientista do Instituto Vital Brazil, recebeu a cepa inativada da bactéria para desenvolver a vacina no país, em 1925.
Transferido para a Liga Brasileira contra a Tuberculose, recém criada à época, Arlindo de Assis passou a produzir a BCG e a entidade assumiu a aplicação das doses nos dispensários e nas escolas, entendendo que a prioridade deveria ser crianças e estudantes.
Com a criação do Departamento de Saúde Pública, foi criada uma política pública com relação à tuberculose.
Em 1974 a vacina BCG entrou para o calendário de vacinação do Programa Amplo de Imunizações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, em 1976, o Ministério da Saúde tornou obrigatória sua administração às crianças brasileiras.
A tuberculose é uma doença que não afeta apenas os pulmões, mas, também, ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).
A forma ativa do pulmão tem como sintomas: tosse, às vezes com expectoração e sangue, falta de ar, dores no peito, fraqueza, perda de peso, febre e suores, principalmente ao final do dia.
Transmissão:
Pessoas saudáveis e infectadas podem não apresentar sintomas e, mesmo assim, transmitirem a bactéria. O contágio se dá de uma pessoa para a outra, através de gotículas de saliva contaminadas e eliminadas pela respiração, tosse ou espirro.
O compartilhamento de objetos não oferece risco. Pessoas com o sistema imunológico comprometido têm mais chance de desenvolver a doença, em especial, a forma grave e generalizada.
Para prevenir a tuberculose é necessário vacinar todas as crianças, a partir do nascimento. A vacina em dose única, ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra as formas mais graves da doença e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades, devendo ser ministrada ao nascer ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade.