Na manhã desta quinta-feira, dia 04 e abril, tivemos a reunião do Colegiado Gestor, mas desta vez além da presença de representantes locais e profissionais da UISMAV, estiveram presentes membros da Vigilância e da FIOCRUZ, que falam de um novo plano de prevenção ao Aedes Aegypi, que é a inserção no ambiente do mosquito com a Wolbachia, que auxiliará no combate à dengue, zika e a chikungunya.
A breve reunião começou explicando como foi o estudo feito com esse novo tipo de mosquito, como será o plano inserção dele na ilha e alguns dados sobre sua eficácia no ambiente, impedindo a proliferação dos mosquitos com a capacidade de transmitir a dengue, como um estudo feito em Niterói, onde a diminuição dos casos de dengue chegou a 70%.
Foi apresentado, também as larvas no mosquito, bem como os baldinhos, onde eles ficaram, o plano é distribuir os baldes em locais altos, preferencialmente em árvores e em local com maior concentração de pessoas. Os baldinhos serão trocadas semanalmente, inicialmente todas as quintas-feiras. A expectativa é que os primeiros resultados sejam observados já no próximo ano.
Conheça o Método Wolbachia
O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais estabelecendo, aos poucos, uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia do WMP, nem no mosquito nem na Wolbachia.
A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 50% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução destas doenças.
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo.
O Método Wolbachia é ambientalmente amigável. Nossos experimentos em laboratório identificaram que a Wolbachia, que é intracelular, não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos. Somado a isto, já temos a Wolbachia presente naturalmente em outras espécies de artrópodes. Ou seja, ao estabelecermos uma população de Aedes aegypti com Wolbachia, não haverá alteração significativa nos sistemas ecológicos.
Três avaliações de risco independentes foram realizadas e apresentaram uma classificação de risco global “insignificante” (a mais baixa possível) para a liberação de mosquitos com Wolbachia.
Fonte: https://www.worldmosquitoprogram.org/sobre-o-metodo-wolbachia